Uma hérnia inguinal é identificada pelo deslocamento de tecido ou órgãos através de uma área enfraquecida na parede abdominal, particularmente na região da virilha. Apesar de ser mais frequente em homens, essa condição também acomete mulheres, inclusive gestantes. Durante a gravidez, fatores como o aumento do volume uterino e mudanças hormonais podem agravar ou facilitar o aparecimento de hérnias inguinais, destacando a importância de compreender seus riscos, sintomas e tratamentos disponíveis.
Riscos Associados à Hérnia Inguinal Durante a Gravidez
Embora a ocorrência de hérnia inguinal em gestantes seja rara, estimada em cerca de 1 para cada 2.000 gestações, seu surgimento pode trazer riscos específicos. O crescente volume do útero pode elevar a pressão intra-abdominal, agravando possíveis hérnias preexistentes e aumentam o risco de complicações como encarceramento ou estrangulamento. Este último é particularmente sério, pois envolve a interrupção do suprimento de sangue ao tecido herniado, podendo levar à necrose e necessitar atendimento médico urgente.
Sintomas Comuns em Gestantes
Os sinais de hérnia inguinal em gestantes variam, mas comumente incluem:
– Uma saliência visível ou palpável na região da virilha, que tende a aumentar ao tossir, levantar objetos ou em atividades físicas.
– Desconforto ou dor na área afetada, especialmente durante esforços que elevam a pressão abdominal.
– Sensação de peso ou pressão na região inguinal.
Importante ressaltar que, em algumas mulheres, a hérnia pode ser silenciosa, sendo descoberta apenas durante exames de rotina.
Abordagens Terapêuticas Durante a Gestação
Tratar hérnia inguinal em gestantes exige cautela. Em situações em que não há sintomas ou eles são leves, a observação cuidadosa é geralmente a conduta adotada, com monitoramento regular para prevenir complicações. Procedimentos cirúrgicos durante a gravidez são evitados sempre que possível devido aos riscos que apresentam tanto para a mãe quanto para o bebê, sendo reservados para emergências como estrangulamento ou encarceramento irreversível.
Pós-Parto e Considerações Cirúrgicas
Após o nascimento do bebê, recomenda-se que a mulher espere pelo menos quatro semanas antes de considerar a cirurgia eletiva para correção da hérnia inguinal. Esse intervalo é necessário para que a parede abdominal recupere sua condição natural, o que favorece uma recuperação mais tranquila e reduz chances de complicações após a operação.
Conclusão
Embora rara, a hérnia inguinal em gestantes requer cuidados redobrados pelos riscos implícitos durante a gravidez. A identificação precoce dos sinais e o acompanhamento médico competente são cruciais para assegurar o bem-estar da mãe e do bebê. Se surgirem complicações, a cirurgia pode se tornar necessária. No entanto, durante a gestação, costuma-se preferir um manejo conservador, deixando para considerar a correção cirúrgica em um momento posterior ao parto.
Referências Consultadas
– CUF. Hérnia inguinal: o que é, sintomas e tratamento. Disponível em: https://www.cuf.pt/saude-a-z/hernia-inguinal
– Sociedade Brasileira de Hérnia. Orientações para o manejo das hérnias inguinocrurais em adultos. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcbc/a/jcS7Xv4n5GwDfKbjntW47cJ
– Blog Jaleko. Visão geral do tratamento da hérnia inguinal e femoral em adultos. Disponível em: https://blog.jaleko.com.br/visao-geral-do-tratamento-da-hernia-inguinal-e-femoral-em-adultos/