O refluxo gastroesofágico (RGE) acomete milhões de brasileiros, com estimativas indicando que cerca de até 20% da população sofre com essa condição.
O que é?
Caracterizado pelo retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, o RGE pode manifestar-se através de sintomas como azia, regurgitação, dor no peito e tosse crônica.
Além de causar desconforto e dor, o RGE impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, limitando suas atividades diárias e afetando suas relações sociais. Estudos demonstram que os pacientes apresentam maior prevalência de distúrbios do sono, como insônia e ronco, além de maior risco de desenvolver doenças respiratórias, como asma e pneumonia. O impacto financeiro do RGE também é significativo, com gastos elevados em medicamentos, consultas médicas e procedimentos diagnósticos.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de uma combinação de:
Avaliação clínica: sensibilidade abdominal, problemas respiratórios ou sinais de erosão dental, que são comuns em casos graves de refluxo ácido.
Histórico: hábitos alimentares, histórico de doenças gastrointestinais como úlceras ou gastrite, e histórico familiar de problemas gastroesofágicos.
Exames Diagnósticos: Endoscopia Digestiva Alta (EDA)
Tratamento
O tratamento do refluxo gastroesofágico envolve uma combinação de mudanças no estilo de vida, medicação e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas. Inicialmente, os pacientes são orientados a adotar hábitos saudáveis, como evitar refeições pesadas antes de dormir, elevar a cabeceira da cama e perder peso, quando necessário. O uso de medicamentos como antiácidos, inibidores da bomba de prótons (IBPs) e bloqueadores H2 são comuns, ajudando a controlar os sintomas e reduzir a produção de ácido no estômago.
Entretanto, quando o tratamento clínico não proporciona alívio adequado ou quando os sintomas persistem, a cirurgia pode ser considerada. O principal objetivo da cirurgia para refluxo é restaurar o funcionamento normal do esfíncter esofágico inferior (EEI), que impede o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago.
Fundoplicatura: Procedimento cirúrgico padrão
A fundoplicatura é o procedimento cirúrgico mais comum para o tratamento do refluxo gastroesofágico. Durante a cirurgia, a parte superior do estômago é enrolada em torno do esfíncter esofágico inferior, criando uma válvula que ajuda a prevenir o refluxo. A técnica pode ser realizada por via laparoscópica, o que oferece vantagens como menor dor pós-operatória, recuperação mais rápida e menor risco de complicações.
A fundoplicatura pode ser realizada de diferentes maneiras, sendo as mais conhecidas a fundoplicatura de Nissen (em que o estômago é enrolado 360 graus ao redor do esôfago) e a fundoplicatura parcial, que é indicada para casos menos graves.
Benefícios e riscos
A cirurgia de refluxo pode ser altamente eficaz, proporcionando alívio significativo dos sintomas, redução da dependência de medicamentos e melhoria na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, como qualquer procedimento cirúrgico, ela apresenta riscos. Todas as dúvidas devem ser tiradas durante uma consulta médica.
A avaliação de um médico especializado é essencial para determinar a abordagem mais adequada para cada paciente. Em muitos casos, a cirurgia pode representar uma solução definitiva para quem sofre com a doença, devolvendo qualidade de vida e reduzindo as complicações a longo prazo.
